Empresas feitas para durar foi o último livro que li sobre gestão, neste livro Jim Collins desconstrói vários mitos sobre os motivos de sucesso de uma empresa.

O livro é baseado em uma pesquisa com centenas de executivos, onde foram selecionadas 18 empresas consideradas visionárias, a pesquisa durou seis anos e tenta encontrar os fatores em comum que levaram essas empresas até o topo e que até hoje as mantém no topo.

Como o livro é bem extenso e fiz bastante anotações, irei separar os posts em duas partes

Sobre a pesquisa

Após as entrevistas e a seleção das 18 empresas, foi aferida a idade destas empresas ditas como “visionárias”, a grande maioria datava do final do século 19, para validar o sucesso destas empresas, Jim Collins fez um comparativo, se você investisse U$1 nessas empresas em 1920, teria U$6.000 dólares ao fim da década de 90, se você colocasse esse mesmo um dólar no índice da bolsa americana, teria “apenas” U$400 ao fim do período, ou seja, as empresas feitas para durar, tiveram um performance 15x superior a média do mercado.

Vamos aos mitos que o autor quebra.

Mito 1: Você precisa de uma grande ideia para construir uma empresa.

Várias empresas estudadas como HP ou Sony tiveram primeiros produtos péssimos , a HP chegou a tentar vender descargas e a Sony a vender alimentos, é mais importante aprender a falhar rápido e aprender com estes erros, do que começar com a ideia perfeita, muitas grandes ideias não viraram empresas sólidas e várias que viraram empresas, mal chegaram a dar lucro.

Mito 2: As empresas precisam focar em maximizar lucros.

Este é outro mito, o foco central das empresas pesquisadas são o seus próprios valores fundamentais, em alguns casos, lucratividade é um deles, mas nunca o principal.

As empresas precisam de um valor maior, um motivo para existir, sem isto é impossível engajar pessoas, quem entra em uma empresa com o sonho de fazer o lucro aumentar? As pessoas querem gerar impacto na sociedade.

Várias das empresas tem como valores e foco, atender bem os clientes e funcionários, o que acaba gerando lucro por consequência, afinal de contas, você tratando bem quem consome seus produtos e quem os cria, vender e crescer acaba se tornando uma consequência, profissionais engajados produzem mais e são mais felizes, clientes contentes compram mais e indicam os seus produtos.

Mito 3: Empresas feitas para durar não são necessariamente ótimos lugares para trabalhar.

As empresas da pesquisa são ótimas para um perfil específico de pessoas, pessoas que compartilham os mesmos valores que a cultura da empresa prega, essas empresas pregam seus valores de forma tão determinada, que qualquer pessoa que não se encaixe nesse perfil não irá se sentir bem lá dentro, empresas como a Disney por exemplo levam tão a sério regras culturais, como ser “family friendly”, que era proibido falar palavrões dentro da empresa, gerando demissão automática de quem o fizesse, geralmente as pessoas tem uma relação de “ame ou odeie” com relação a pertencer a estas empresas.

Mito 4: Você precisa de líderes visionários

Este é outro grande mito, as pessoas acreditam que todo líder precisa ser o clássico startupeiro, ou parecer com o Steve Jobs, sendo que a ideia de ser uma corporação é durar por mais do que o tempo de vida de uma pessoa comum, por mais que essas empresas do grupo de estudo tenham pessoas incríveis como líderes, a sua grande maioria eram pessoas simples, focadas em construir uma empresa que fosse propícia para criação de novas ideias e novas lideranças, estas empresas não tem um culto em torno do CEO e sim em torno da corporação e de sua cultura, se sua empresa depende de uma pessoa para que os outros se inspirem, ela se torna frágil, pois inevitavelmente, um dia esta pessoa irá sair da empresa.

Mito 5: A única constante não é a mudança

Essa é uma das frases da moda no meio de startups, “A única certeza que temos é que tudo muda.”, nas empresas do grupo de estudo, a única certeza era que os valores centrais da empresa não mudaram e não mudariam, a Johnson & Johnson por exemplo teve seus valores escritos em 1930.

Conclusão

Por fim, vemos que vários mitos criados em torno do empreendedorismo moderno não são realidade, gostei também de perceber que um dos maiores pontos que fazem uma empresa durar, é o foco na cultura/pessoas, hoje em dia este virou um assunto banalizado, mas infelizmente muitas empresas não o levam tão a sério.

Vou tentar soltar a parte dois do post na semana que vem, preciso dar uma compilada no resto das anotações ainda.